SPFW/dia 5: nosso olhar

por equipe

Assim como o primeiro dia de desfiles, o último do SPFW, temporada verão 2013/2014, foi enxuto, com apenas quatro grifes. Os desfiles foram poucos, mas as apresentações foram riquíssimas e, em muitos momentos, beirando o conceitual e deixando o prêt-à-porter de lado.

A seguir, nosso olhar.

Uma Raquel Davidowicz

Inspirada pela obra da artista neoconcretista Lygia Clark, a pegada da Uma foi uma coleção minimalista, assimétrica e repleta de sobreposições interessantes. Adoramos o modo "descoberto" pela grife para explorar aquela tendência de skirt over pants (saia em cima da calça) que falamos aqui (link), com transparências e recortes bem aplicados. A beleza, assinada por Marcos Costa, maquiador oficial da Natura, contou com a parte interna dos olhos destacada com sombra azul e verde e batom em tons de rosa e nude. Nas "esculturas" usadas na cabeça, inspiradas na série Bichos de Lygia, Costa explicou que "as esculturas eram articuladas, confeccionadas em polipropileno: uma perfeita tradução do espírito provocativo de Lygia Clark.” Uma coleção perfeita, daquelas que a gente sai do desfile com vontade imediata de usar!

Têca

A Têca de Helô Rocha se inspirou nas porcelanas chinesas e nos azulejos portugueses para criar sua coleção. Com peças fluídas, muito bem trabalhadas em recortes, estamparias e bordados artesanais, foi praticamente impossível não se emocionar e perceber a coerência e amadurecimento da grife. Adoramos o vestido e o casaco estampados com arabescos azuis e pretos, as bolsas maravilhosas com mesmo tema, além das fofíssimas em formato baú, produzidas em vime. As sandálias anabelas, assinadas por Fernando Pires, foram o complemento ideal, que conversou perfeitamente com as roupas. Como a paleta predominou em tons de branco, preto e azul, o batom em tom coral vibrante foi um destaque essencial.

R.Rosner

A coleção apresentada pela R.Rosner foi caracterizada por opostos, uma vez que não deu para perceber uma verdadeira conversa entre os looks. Conforme contou Rodrigo Rosner “Falamos da desconstrução do mito amoroso através da figura das princesas; do sofrimento, tristeza, insatisfação, desejo não correspondido – é uma coleção melancólica”.

Percebemos peças bem trabalhadas, com muitos bordados, sobreposições e silhuetas enormes, inclusive nos modelos mais retos. 

Os scarpins mais simples, assinados por Guilhermina, foram coadjuvantes ideais para o desfile e, na beleza, as sobrancelhas "apagadas" causaram um forte impacto visual, transmitindo o sentimento melancólico que Rodrigou buscou explorar.

Lino Villaventura

Conforme explicação de Lino Villaventura sobre sua inspiração: “A coleção viaja na imaginação, sem esforço, apenas seguindo a vontade e buscando no acervo de imagens guardado durante uma vida, dentro do pensamento do estilista”, a coleção da grife foi, praticamente, mais conceitual que prêt-à-porter. Com bordados, acabamentos e tecidos riquíssimos, como é costumeiro a Lino, as peças encantaram pelo preciosismo da produção e tecidos (tafetá de seda pura, jacquard de seda, organza de seda pura, tule, cetim, gaze de seda pura) e nem os scarpins, da Corso Como, escaparam do glamour, uma vez que receberam aplicações de canutilhos em toda sua extensão. A beleza simples de Marcos Costa foi praticamente ofuscada pelo impacto visual da máscara-elmo.

E você, qual desfile achou mais bacana? Conta pra gente!

Para ver os posts sobre os outros dias de desfile da SPFW, verão 2013/2014, escolha:

SPFW/dia 1: nosso olhar

SPFW/dia 2: nosso olhar

SPFW/dia 3: nosso olhar

SPFW/dia 4: nosso olhar

Para ver nossas imagens sobre os lounges dos patrocinadores, clique aqui.

Crédito das imagens: desfiles: Zé Takahashi/Ag. Fotosite; backstage/detalhes: Marcelo Soubhia, Rafael Canas/Ag. Fotosite

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