13/10/2021

pobreza menstrual: o que é, qual o seu reflexo na saúde física e emocional das pessoas que menstruam e quais são seus impactos em nosso país


Pode ser que você tenha tomado conhecimento sobre Pobreza Menstrual somente agora, por conta da repercussão negativa (merecida!) recebida pelo veto presidencial ao Projeto de Lei 4968/19 de autoria da deputada Marília Arraes (PT-PE), que concedia a distribuição gratuita de absorventes higiênicos para estudantes, mulheres em situação de vulnerabilidade e presidiárias.

É verdade que, há apenas algumas semanas, essa discussão ganhou, de fato, visibilidade, porém a questão é bem anterior ao momento lamentável que vivemos. Talvez se deva à falta de interesse ou ao preconceito, esse assunto tenha ficado tanto tempo em segundo plano, sem os holofotes necessários que o trazem à luz neste instante.

Por isso, pra compartilhar por aqui informações importantes, verdadeiras e de fontes confiáveis, resolvemos criar este post para disponibilizar uma pesquisa e um estudo liderados pelas duas principais empresas fabricantes de absorventes higiênicos atuantes no Brasil, a Johnson & Johnson e a P&G, respectivamente.

Vamos lá!
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Nova pesquisa de SEMPRE LIVRE® revela dados sobre pobreza menstrual no Brasil

Estudo aponta desconhecimento sobre o tema entre as mulheres e suas consequências

28% das mulheres de baixa renda são afetadas diretamente pela pobreza menstrual e 30% conhecem alguém que é afetado. Esses são alguns dos dados da nova pesquisa de SEMPRE LIVRE®, marca de cuidados íntimos da Johnson & Johnson Consumer Health, realizada em parceria com os Institutos Kyra e Mosaiclab. Lançada essa semana, a pesquisa teve como objetivo levantar informações sobre o grau de conhecimento de um problema que afeta milhões de brasileiras, identificar seus hábitos e dar visibilidade ao tema.

A pobreza menstrual vai muito além da falta de dinheiro para comprar produtos de higiene menstrual adequados. Ela denuncia o problema da falta de acesso à água, saneamento básico e desigualdade social. "Como marca, reconhecemos o nosso papel em liderar essas conversas. Somos pioneiras na quebra de tabus (fomos a primeira marca a trazer o sangue menstrual da cor que ele é, vermelho, nos anúncios) e no protagonismo feminino, incentivando diálogos abertos para levar informação, educação e acesso aos produtos", afirma Cristina Santiago, diretora de Marketing da Johnson & Johnson Consumer Health.

Um movimento importante encabeçado por SEMPRE LIVRE® e CAREFREE® esse ano foi a Campanha Deixa Fluir, para naturalizar os fluidos e garantir que todas as pessoas que menstruam possam fluir com dignidade e liberdade. "Como estamos na maior empresa de saúde do mundo, queremos promover uma discussão sobre os fluidos vaginais, sem tabus. Afinal, fluidos são naturais e estar confortável com eles também pode ser. Falar sobre saúde íntima como um todo é essencial para que as pessoas que menstruam entendam o funcionamento do próprio corpo", ressalta a diretora.

E não é de hoje que as marcas da Johnson & Johnson Consumer Health trabalham nesses temas para informar e mudar essa realidade. Desde 2018, SEMPRE LIVRE® lidera movimentos no Brasil para levar educação e acesso a comunidades de todo o país. No primeiro semestre de 2021, a marca doou cerca de 400 mil absorventes ao UNICEF. Ao longo do ano, também em parceria com o UNICEF, serão distribuídos kits de higiene menstrual para mais de 6 mil adolescentes. O projeto contempla, ainda, iniciativas para continuar levando educação, informação e acesso a produtos.

"Essa nova pesquisa foi feita justamente para atualizar informações sobre dignidade menstrual e saúde íntima, trazendo o tema à tona para que a gente consiga formar uma rede de apoio e fazer a diferença", complementa.

A marca também desenvolveu a plataforma #TamoJuntas para disponibilizar informações sobre dignidade menstrual, dados da nova pesquisa e o lançamento do Mapa da Liberdade, página que irá concentrar projetos sociais e ONGs em todo o Brasil que trabalham em prol do combate à pobreza menstrual. O objetivo do mapa é facilitar a conexão de pessoas que querem apoiar a causa e instituições que já fazem a diferença para as pessoas que mais precisam.

Nova pesquisa SEMPRE LIVRE®

O estudo foi feito com 814 mulheres que menstruam regularmente, entre 14 e 45 anos, representantes das classes C-D, via painel online com complemento telefônico para as classes mais baixas, entre os dias 23 de abril e 10 de maio de 2021. Confira abaixo os principais dados levantados:

• 28% das mulheres de baixa renda são afetadas diretamente pela pobreza menstrual (cerca de 11,3 milhões de brasileiras) e 30% conhecem alguém que é afetado pelo problema.

• 4 em cada 10 mulheres convivem com o tema pobreza menstrual, pois ou são afetadas ou têm algum conhecido afetado.

• 94% de mulheres de baixa renda não sabem o que é pobreza menstrual, ou seja, não conseguem identificar quando vivem uma realidade de vulnerabilidade. O desconhecimento é maior entre mulheres mais velhas, da região Centro Oeste e Sul.

• Apenas 29% afirmam já ter ouvido falar sobre o tema pobreza menstrual, mas só 6% declaram que sabem bem o que é. Essas que conhecem bem são um pouco mais jovens, de classe D-E, do Sudeste e Norte.

• 40% das mulheres de baixa renda que são afetadas pela pobreza menstrual têm entre 14-24 anos, o que mostra que esse é um problema que atinge, sobretudo, meninas jovens.

• A pandemia piorou a situação: 29% tiveram dificuldades financeiras nos últimos 12 meses para comprar produtos para menstruação e 21% têm dificuldade todos os meses.

• Muitas das mulheres afetadas pela pobreza menstrual fazem uso de produtos não indicados para absorver a menstruação durante o período: sacos plásticos, sacolinha de supermercado, roupas velhas, algodão, lencinho umedecido descartável, toalhas, panos, filtro de café, lenços de papel, papel higiênico e até mesmo jornal ou miolo de pão.



A pobreza menstrual tem reflexo direto na saúde física de pessoas que menstruam:

• Muitas destas mulheres foram afetadas por problemas vaginais nos últimos 12 meses: 28% tiveram infecção urinária ou cistite; 24% tiveram candidíase; 11% infecção vaginal por fungo e 7% infecção vaginal por bactéria.



• Para 51% das mulheres, o mal-estar na menstruação é forte.

• 73% têm vida sexual ativa e o método de proteção mais usado é o anticoncepcional.

• 77% afirmam nunca ter tomado pílula anticoncepcional direto para pular a menstruação, 7% admitem fazer isso algumas vezes quando estão sem dinheiro para comprar absorvente e 11% adotam esse procedimento com acompanhamento médico, pois se sentem muito mal durante a menstruação.

• Apesar do alto índice de informação sobre a primeira menstruação, 36% concordam não saber muito bem o que acontece com seu corpo durante o período menstrual.

E, também, consequências psicológicas:

• 22% delas dizem se sentir muito frágeis ao menstruar, porque no local onde moram não têm condições adequadas para se higienizarem como gostariam nesse período. Várias não têm banheiro dentro de casa (9%).

• 24% concordam que, nos dias que menstruam, sentem que estão perdendo espaço na sociedade por serem mulheres, porque os homens não precisam passar por isso. Para 16% das mulheres entrevistadas, que representam 65% da classe D-E e são as mais afetadas pela pobreza menstrual, esse índice sobe para 49%.



• 8% afirmam que sempre ou quase sempre faltaram ao trabalho quando estavam menstruadas porque o banheiro é muito sujo e não têm condições de uso (não tem água, descarga ou papel higiênico). Para 16% das mulheres entrevistadas, as mais afetadas pela pobreza menstrual, esse índice é de 23%.

• Da mesma maneira, 12% afirmam que sempre ou quase sempre já precisaram faltar ao trabalho por estarem com forte mal-estar menstrual e o chefe dizer que isso é "mimimi de mulherzinha".

• 52% acreditam que "menstruar dita um pouco a nossa dignidade, porque, além de ter algum mal-estar, parece que estamos sujas".

• 6% já sofreram violência doméstica por estarem menstruadas.

Parte justifica ausência escolar pela falta de absorvente adequado ou mesmo pela falta da estrutura para acolher as mulheres nos dias em que estão menstruadas:

• 16% afirmam que sempre ou quase sempre já deixaram de ir à escola quando estavam menstruadas porque o banheiro é muito sujo e não tem condições de uso.

• 12% afirmam que sempre ou quase sempre já deixaram de ir à escola quando estavam menstruadas por não estarem com absorvente ou com algum absorvente improvisado.

• 38% concordam: "Quando tenho que ir à escola menstruada fico péssima, porque na minha escola o banheiro não tem condições adequadas para esses períodos: nem sempre tem água ou papel higiênico".

O gasto médio mensal com produtos para menstruação é de R$ 21.

• De cada 10, duas têm dificuldade para comprar produtos para menstruação.

• 21% declaram ter dificuldade para comprar produtos para menstruação todos os meses, e essa dificuldade ocorre tipicamente há um ano (12%).

• 16% concordam com a frase "não tenho dinheiro nem para menstruar, nem sempre consigo comprar absorvente".

• 18% afirmam: "menstruar é uma das maiores dificuldades em minha vida; não tenho condições financeiras para me cuidar como se deve nesse período".

Uma parcela considerável concorda que a menstruação é um sinalizador de saúde:

• 63% gostam quando menstruam porque é um sinal de que o corpo está funcionando bem.

• 54% acreditam que menstruar é um ciclo natural e o consideram algo muito bom.

A maioria das mulheres de baixa renda (classe C,D,E), de 14 a 45 anos, lida relativamente bem com o próprio corpo. No que tange à menstruação, elas reconhecem que é um sinalizador de que está tudo bem com seu corpo e, nesse sentido, menstruar traz uma sensação de plenitude e bem-estar, mas afirmam que são afetadas pelos incômodos acarretados pelo ciclo: desde cólicas até a instabilidade de humor. Quando se pensa em algumas camadas de mulheres menos favorecidas, há também o impacto econômico que a menstruação acarreta com a compra de absorventes.


Pesquisa da Toluna e Mirian Goldenberg para Always aponta que uma em cada quatro meninas faltaram à aula por não ter acesso a absorventes

Always®, marca da P&G de cuidado íntimo feminino que ao longo de toda a sua história sempre empoderou meninas e mulheres, lançou a campanha #MeninaAjudaMenina, pelo Fim da Pobreza Menstrual, que busca abrir ainda mais espaço para a discussão sobre a falta de acesso à produtos de higiene durante o período menstrual, além de contribuir junto à sociedade para dar a todas a oportunidade de ter um futuro melhor. Como parte de um compromisso de longo prazo pelo fim deste problema sério, que impacta a vida de muitas brasileiras, Always também distribuirá até 1 milhão de absorventes para meninas sem acesso, por meio de uma campanha compre e doe.


"A Pobreza Menstrual é um problema que impacta a vida de muitas brasileiras e mulheres no mundo todo, principalmente aquelas com menor poder aquisitivo. Além de ser uma questão séria de saúde, ela afeta a confiança de meninas e causa a evasão escolar. Como parte da solução, precisamos trazer à tona o problema para juntos tentarmos dar um fim a ele. O acesso a itens básicos de higiene durante a menstruação não precisa ser uma das muitas barreiras que meninas têm que superar ao longo da sua vida", diz Laura Vicentini, Vice-Presidente de marketing de cuidados femininos da P&G Brasil.

Os impactos da Pobreza Menstrual no Brasil

Para dar visibilidade sobre os impactos da Pobreza Menstrual, Always realizou uma pesquisa em parceria com a Toluna(1). Os resultados, que foram analisados pela pesquisadora e antropóloga Mirian Goldenberg, mostram que a falta de dignidade na menstruação é um reflexo da desigualdade de gênero e é agravado pelo tabu em torno da menstruação. Além disso, a pesquisa revela que o índice de mulheres sem acesso à absorventes no Brasil ultrapassa bastante a estimativa global da ONU. Confira as principais descobertas da pesquisa:

• Uma entre cada quatro jovens não se sente confortável nem mesmo em falar sobre a menstruação, e mais da metade (57%) das mulheres afirmaram que a primeira menstruação as deixou menos confiantes. A busca por informação na primeira menstruação vem quase que totalmente da mãe (79%), o que mostra o aspecto íntimo e privado.

• O absorvente foi considerado pelas entrevistadas como um produto de primeira necessidade e, para elas, a falta de absorvente afeta a confiança feminina. Porém, mais de uma em cada quatro jovens (29%) revelou não ter tido dinheiro para comprar produtos higiênicos para o período menstrual em algum momento de suas vidas. Nas classes D-E, esse índice é ainda maior (33%).




• A ONU estima que 1 em cada 10 meninas falte a escola durante a menstruação, e no Brasil esse índice é ainda pior. Segundo a pesquisa, no Brasil, uma em cada quatro mulheres já faltou a aula por não poder comprar absorventes. Quase metade destas (48%) tentaram esconder que o motivo foi a falta de absorventes e 45% acredita que não ir à aula por falta de absorventes impactou negativamente o seu rendimento escolar.

• Três em cada quatro afirmam que o período menstrual tem um impacto muito negativo na sua confiança pessoal. Para meninas que não tem acesso à absorventes, o impacto na confiança é ainda pior e cria um ciclo vicioso: ao faltar às aulas, elas ficam para trás nos trabalhos escolares, deixando de participar de atividades que ajudam a aumentar sua confiança e habilidades (35%, por exemplo, deixaram de praticar esportes e sentiram muita vergonha pela falta de produtos menstruais na escola) .

• Com as limitações financeiras, mulheres recorrem a alternativas, como papel higiênico, roupas velhas ou toalha de papel. Entre as mulheres de classes mais baixas, tecidos ganham ainda mais importância como substituto. Esses métodos alternativos não são seguros para a saúde da mulher. Itens de higiene durante a menstruação são uma questão de necessidade básica, mas uma parcela da população brasileira não compreende que absorventes trazem dignidade e previnem doenças.


Para a antropóloga e pesquisadora Mirian Goldenberg "de todos os dados da pesquisa, o que mais chama atenção é como a falta do absorvente abalou a confiança de 51% das mulheres, trazendo vergonha a 37%. Além disso, elas não se sentem confortáveis em falar sobre o assunto nem mesmo com pessoas próximas e ainda se sentem culpadas e inseguras com um fenômeno natural do corpo feminino, que é a menstruação. Elas escondem esses sentimentos, mas, quando perceberem que não estão sozinhas, conseguem enfrentar juntas esse problema."

Campanha #MeninaAjudaMenina

Ao longo de sua história, Always já realizou diversas ações contra a pobreza menstrual, destinando mais de 80 milhões de absorventes às meninas que mais precisam destes itens de higiene no mundo. A marca também lançou campanhas como #LikeaGirl ou #TipoMenina, que transformou o uso dessa expressão - que contribuía para despencar a confiança das meninas durante a puberdade -, e agora em todo o mundo fazer coisas como uma menina significa fazer coisas incríveis.



Agora, a marca reforça o seu comprometimento com a causa, de forma ainda mais consistente e contínua, levantando a discussão para diferentes meios, se juntando com organizações que realizam um trabalho sério de combate à pobreza menstrual e doando produtos para meninas e mulheres de baixa renda que não têm acesso à produtos de higiene durante o período menstrual.

Na nova campanha #MeninaAjudaMenina, assinada pela Integer\OutPromo, Always convida todas as meninas e mulheres a abraçarem a causa, dando a sua voz para ajudar a aumentar a conscientização sobre o problema. A doação de mais de 1 milhão de absorventes pela marca será destinada para as instituições Cruz Vermelha, com distribuição no sudeste e nordeste, Fluxo sem Tabu, projeto sem fins lucrativos que luta pela democratização do conhecimento sobre menstruação e pelo acesso à higiene íntima, e para Mulheres Pela Justiça, grupo de profissionais do judiciário que fazem atendimento e acolhimento à mulheres em situação de violência.

Para ajudar na conscientização e reunir ainda mais apoio pelo fim da pobreza menstrual, a Always lança um manifesto com a participação de suas embaixadoras Sabrina Sato, Thelma Assis, Gleici Damasceno e Maíra Azevedo trazendo dados sobre a temática. Confira o vídeo nesse link . A marca também convidou a fotógrafa Maria Ribeiro, conhecida por usar a fotografia como instrumento de empoderamento feminino, por meio de ensaios naturais, artísticos e isentos de manipulação de imagens, para retratar em fotos um pouco da realidade das meninas que sofrem com a pobreza menstrual. As fotos podem ser acessadas nesse link .


(1) Pesquisa on-line encomendada por Always® e realizada pela Toluna com 1124 mulheres entre 16 a 29 anos, de todas as classes e regiões do Brasil, entre os dias 20 de fevereiro à 06 de março de 2020.

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